16 novembro 2011

O que é Kuduro?

10:36
Você sabe o que é Kuduro?


             O estilo Kuduro que ganhava estranheza por seu nome e pelos seus movimentos que requerem muita energia e gingado, conquistou não só toda a Angola, mas todo o mundo.

          O ritmo nasceu na Angola, um país da Africa que tem mais de 19.000,00 de habitantes e que tem como língua oficial o Português.

          Ritmo contagiante criado no início da década de 90 hoje é conhecido por todo o mundo. O som é originado por uma fusão de influências que vão do Semba angolano ao Zouk congolês, ao Soca das Caraíbas, ou ao Techno, Hip-Hop e o House Music americanos. A esta mega-fusão rítmica são associadas letras apropriadas da linguagem oral urbana de Luanda, um calão também ele de fusão linguística sobretudo de kimbundo e português, mas também algum lingala e inglês.

    O Kuduro antes, era apenas um estilo de dança que movimenta bastante as pernas e principalmente os quadris que com o tempo virou não só o nome da dança mais sim o nome de um próprio estilo musical, o próprio KUDURO. Pode-se imaginar qual o significado da palavra se tratando de Português, aparentemente os movimentos dos quadris faziam as Nádegas ficarem duras, gerados de movimentos estranhos, como uma brincadeira ou diversão musical.


    A dança foi inspirada, segundo Tony Amado (um dos seus inventores), num filme onde o ator belga Jean-Claude Van Damme dança embriagado. Movimentos de dança angolana como SEMBA são associados ao Break-dance e ao Popping, em verdadeiras performances individuais ou em grupo, muito teatralizadas. Apesar de ter uma base de movimento comum, na dança kuduro prima-se a individualidade onde cada um representa uma acção própria, com forte uso de expressão facial.

É como diz o José Eduardo Agualusa num comentário sobre Kuduro “Talvez nunca antes em toda a história de Angola um outro fenómeno cultural tenha conseguido ganhar tanta expressão.”

Certamente por essa razão o Kuduro tem sido alvo de tanta polêmica na sociedade angolana. Uns criticam a sua forma musical por fugir à “tradição” melódica da música angolana, outros criticam a sua linguagem e mensagem agressiva, associando o Kuduro à violência e Gangs dos musseques, outros sentem algum incómodo com as suas palavras cáusticas e de crítica social. Exemplo disso é a letra da música de Dog Murras, "Angola bwé de caras":
(...) Angola do petróleo, do diamante e muita madeira
Angola do paludismo, febre tifóide e muita diarreia
Angola dos talé bosses comem sozinho e muita ambição
Angola que é da gasosa, corrupção tapa visão
Angola dos herdeiros que não fazem nada e tem bwé de massa
Angola do kota honesto, que bumba bwé e não vê nada
 (...)
Confira um vídeo cheio de dança e expressão.

Com o desmoronamento do Bloco Socialista e o fim da Guerra Fria, houve no início dos anos 90 uma série de reformas políticas e económicas em Angola, concretamente a abertura para um sistema democrático pluripartidário e uma economia de mercado livre.É então que o Kuduro surge nos musseques de Luanda, onde é criado, produzido e difundido. Os CD’s gravados são vendidos pelos zungueiros (vendedores ambulantes) nas ruas da cidade e internacionalizados através da internet sobretudo no YouTube e no Myspace. Nessa época em que o estado diminui a interferência directa na produção cultural vive-se a massificação da música electrónica, e em Luanda, ouve-se Hip-Hop, House Music, Techno, Rap, etc.


O Hip Hop, de grande influência no Kuduro, surgiu em Nova Iorque no final dos anos 70, como revindicação social da juventude marginalizada da periferia, habitada essencialmente por imigrantes e afro-americanos. Não é de estranhar o impacto deste movimento nos jovens angolanos dos bairros peri-urbanos.

Mas apesar das influências, o Kuduro não é Hip-Hop. O Kuduro é um género  próprio de Luanda, espontâneo e imprevisível, resultante da fusão da cultura local e global, aquilo a que a se pode chamar por cultura Glocal.

O estilo invadiu as pistas de dança e virou febre na Europa, rompendo fronteiras com todo o mundo. A internet também foi um dos responsáveis pela explosão e rompimento espalhando a cultura, levando a música Angolana para os 4 cantos do mundo.

A coisa tomou um rumo tão forte que até os cabos verdes entraram em uma briga para quererem ser os criadores do gênero, isso por que quando o kuduro passou a ser valorizado pelos franceses, os cabo-verdianos incutiram nas mentes das pessoas que a origem da dança nasceu na sua cidade. 

 “Sinto imensa raiva quando vejo cabo-verdianos a assumirem as origens do kuduro e ainda a dançam para convencer aos franceses, que pagam avultadas quantias para ouvir e ver dançar o estilo”, lamentou o músico Sebem, um dos protagonistas do género Kuduro.

“O Kuduro representa uma voz de uma nova Angola. Uma Angola que quer ser ouvida, e mais que isso, tem de ser ouvida. Angola dos jovens, Angola dos bairros, da periferia... Angola que tem uma mensagem para dizer e para contar. Parece-me que a única forma de nos conhecermos a nós próprios é se tivermos esse espaço para ouvir os outros.”



Kuduro no Brasil

O kuduro foi introduzido no Brasil, em 2000, pelo professor Álvaro di Amaro, também integrante da academia, que criou um programa étno-musical intitulado "Dj Panafricano" nas emissoras "Rádio Jovem Pan Cruzeiro AM", "Rádio Cristal AM" e Rádio Ilha FM", nos quais difundia o ritmo angolano. O primeiro grupo de dança kuduro no Brasil, denominado Academia de Kuduro Baiano Angola, foi criado 9 anos depois. No mesmo ano o Kuduro virou febre no Brasil em 2009 em um dos carnavais de Salvador, levando ao conhecimento da mídia brasileira o estilo angolano. Marcio Vitor e Eddy, ambos cantores de "Pagode Baiano" foram os maiores responsáveis por inseriram o Kuduro junto ao pagode no Carnaval.


Vem de Luanda, hit de Angola,
Aqui na Bahia já virou moda.
Dança africana, por te na roda
Vixe Maria é coisa nova.
Isso não é rap,
Isso não é samba,
Essa mania vem de Luanda.




Depois da febre do Kuduro em 2009 uma outra canção em 2011 veio a emplacar mais uma música Kuduro nas paradas do Brasil.


A canção "Vem dançar Kuduro" de Lucenzo que após virar hit na Europa, ganhou nova roupagem com o Reggaetoneiro Don Omar que levou "Danza Kuduro - Don Omar e Lucenzo" pras paradas de sucesso por todo o mundo, tendo seu clip, o mais visto da língua hispânica, rompeu novas barreiras para a aceitação do estilo, ganhando novos públicos e novos conceitos. A música virou febre pelo mundo e acabou virando tema de um dos filmes mais famosos de ação: Mais velozes e furiosos 5, gravado no Rio de Janeiro. A música contagiosa que mistura o House e o Kuduro com outros estilos europeus ganhou várias versões no Brasil, de orquestras a tecnobrega, até o cantor Latino fez uma versão da música "Danza Kuduro" titulada de "Dança Kuduro" com seu amigo Daddy Kall que lhe chamara para gravar a versão brasileira que também ganhara vídeo clip alcançando assim a mídia nacional. O Latino fez até um concurso no Domingo Legal pra ver quem dançava melhor KUDURO.



Opinião de blogueiro

A primeira vez que eu ouvi Kuduro achei muito interessante, era algo novo e surpreendente, trazia uma energia inigualável. No Brasil o estilo veio a mídia no carnaval de Salvador quando o cantor Marcio Vito, trouxe a novidade para a Bahia, depois que a novidade explodiu, Kuduro já não era tão estranho, mas ainda era pouco explorado esse mundo musical cheio de características singulares.

Eu já ouvia Helder - O rei o Kuduro, cantava "Dança do tiriri" e conhecia o gingado angolano, tempos depois conheci BURAKA som Sistema, que estava emplacada pelo mundo, misturando Kuduro com House, tecno entre outros estilos angolanos e comuns na europa, até o funk já caiu na graça da mistureba da Buraka e vem encantando cada vez mais o público com a sua singularidade de som. Recomendo a todos ouvir BURAKA, é o grupo que mais gosto de KUDURO, que sem,pre trás renovação, não é atoa que antes do show da Shakira sempre toca Buraka, em skins tem uma de suas músicas na série, sem contar que o grupo foi escolhido como a melhor atração e mais animada do Rock In Rio de 2011.



CURIOSIDADE
Quem Curte pagode, é pagodeiro, rock, rockeiro, reggaeton, reggaetoneiro... E quem curte Kuduro? Kudiristas.


Fonte:


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